Pediu-me a Bernadete Passos, que escrevesse algo sobre a mesa ‘a bola e o verbo’, na Flisol, Feira de Literatura que ocorreu em novembro, em Araraquara, e homenageou o escritor Ignácio de Loyola Brandão, tendo como convidado especial o dramaturgo José Celso Martinês Corrêa.
A terra de Macunaíma assumiu seu lugar de fala, novamente.
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A bola corre como o verbo. A palavra nunca é estática enquanto narrativa. As condições do eu/aqui/agora transportam-se para o ele/lá/então numa dinâmica muito semelhante a uma partida de futebol. As histórias contadas conectam atores, lugares, olfatos, tatos, sentidos, cinestesias, por assim dizer. O ‘ethos’ do enunciador joga em todas as posições. Coringas literários.
A mesa ‘A bola e o verbo’ foi uma espécie de rendição à arte, à literatura e, sobretudo, ao futebol, este deus lúdico e curvático. ‘Nunca diga que você é um escritor menor’, bradou-me o Ignácio, em sons que reverberam incessantemente…
Junto ao Marco Antonio Rodrigues, o Bodão, da Tv Globo, e ao Magdalena, radialista icônico do interior de São Paulo, pudemos desfiar um pouco desse novelo que une o futebol à literatura. Avançamos até a crônica, enquanto gênero – sem esquecer o deus ‘cronos’, controlador dos 45 do segundo tempo.
Apita o árbitro! O futebol-literatura transcende lugares/horários/temas. O verbo voa. Como a bola. Foi um bom drible. Que venham outros.
Veja o discurso de encerramento da Feira, clicando aqui.
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Aproveito o momento para informar os leitores que este colunista passa a se dedicar, aqui neste blog, mais à literatura. Sobre futebol, falaremos de um espectro mais amplo, atingindo outros times, e o esporte como um todo.
Em relação à Ferroviária, sigo, como sempre, torcendo, amor que tenho/sou.