Estrella Galícia é a nova dona da Ferroviária

Ferroviária 'SAF' e Estrella Galícia já se acertaram (Foto: Divulgação)

Era o passo que faltava. Na noite desta quarta-feira (1º), o Conselho Administrativo da Ferroviária aprovou a transformação do clube em SAF- Sociedade Anônima do Futebol. Essa era a última exigência dos espanhóis para a compra das ações.

Apesar do Conselho também ter aprovado o aumento do capital social do clube ( no mínimo, 10% das ações na futura “SAF Ferroviária”), ainda há muito o que explicar.

De quem são as ações, afinal?

Documentos obtidos com exclusividade pelo blog mostram que o clube Ferroviária (AFE) ainda detém 20% das ações. Portanto, as informações publicadas pelo jornalista Jorge Nicola e reproduzidas por grandes portais como o GloboEsporte.com, que davam conta de que a empresa espanhola compraria 95% das ações de Saul Klein, não correspondem. É muito menos.

Mais do que isso, este colunista apurou também que a Justiça determinou o bloqueio de transferência da totalidade das quotas que a Associação Ferroviária de Esportes possui junto à Ferroviária Futebol SA e, por consequência, determinou a penhora destas ações em favor da Prefeitura, junto a qual a AFE tem um débito de quase 225 mil reais.

Desta forma, os acionistas que – segundo documento público da Procuradoria Geral do Município – são a MS SPORTS (Saul Klein), o presidente Carlos Alberto Salmazo e a Associação Ferroviária de Esportes (AFE), devem explicações ao torcedor sobre o quadro societário.

Na palavra da Procuradoria Geral do Município, ‘soa incerto o grau de participação de cada um deles no capital social e no quadro societário, nebulosidade esta pode ser plenamente sanada pelo juízo.

Executivos chegando

Por outro lado, interlocutores dos lados garantem que o imbróglio jurídico e a questão da penhora já é de domínio dos espanhóis e o negócio já está sacramentado, inclusive com nomes de executivos da empresa sendo estudados para chegarem do exterior à Ferroviária.

É bom o torcedor lembrar que antes da MS Sports de Saul Klein, a Ferroviária era gerida pela Know How de Luiz Antônio Duarte Ferreira, o Luizinho Cai-Cai, um dos alvos investigados nesta semana, numa operação contra fraude fiscal e sonegação no setor tabagista.

Espera-se que depois do escândalo do sexo e do cigarro, não tenhamos outro envolvendo a Ferroviária.  Agora, não importa tanto o dia que a Estrella Galícia vai assinar oficialmente. Afinal, nunca fomos porta-voz do oficialismo aqui no Blog. Antecipamos as notícias.

O que mais importa ao sócio-torcedor, ao torcedor comum e à comunidade que construiu a Ferroviária desde 1950, é que os números e os fatos sejam transparentes.

O espaço segue aberto à Diretoria e à Estrella Galícia. Este colunista, inclusive, tentou contato com o presidente do clube Ferroviária, da Ferroviária SA e com o pessoal da Estrella Galícia.

Independente do silêncio de alguns, este blog vai seguir fazendo o que sempre fez: jornalismo. Em favor da maioria. E da Ferroviária!

Atualização

No início da tarde desta quinta-feira (02), com o costumeiro atraso, a Ferroviária emitiu uma nota oficial confirmando a transformação em SAF. Os outros pontos levantados pelo Blog não foram esclarecidos. Segue a nota oficial:

O Conselho de Administração da Ferroviária Futebol S/A aprovou, na noite de ontem, a alteração de regime societário: de SA – sociedade anônima, passará a ser SAF – sociedade anônima do futebol, figura criada pela Lei 14.193/21.

O novo modelo societário, oferece regime tributário significativamente mais vantajoso do que o regime aplicável a empresas em geral, e legitima novos investimentos no esporte.

A transformação garantirá à AFE – Associação Ferroviária de Esportes aumento de sua participação no capital social da SAF, a partir da cessão de ativos intangíveis que a ela pertencem, tais como marcas, registros, licenças e direitos desportivos. A adoção do novo regime societário garantirá à AFE a prerrogativa de, em qualquer hora e tempo, deliberar sobre o nome, as cores, as marcas, os símbolos, o hino e a sede da Ferroviária. Tais direitos estão salvaguardados à AFE, de Araraquara, segundo a própria lei (cf. art. 2º, VII, §§ 3º e 4º), pela titularidade de ações qualificadas, independentemente do tamanho de sua participação acionária.

A mudança de regime societário marca a oportunidade de grandes mudanças nas práticas de gestão da instituição de Araraquara. Com respeito às tradições históricas, a Ferroviária tem a oportunidade de buscar melhores práticas de gestão, baseadas em responsabilidade corporativa, transparência, equidade e prestação de contas, com vistas a retomar o caminho da sustentabilidade da instituição, visando qualificar seus processos para competir em níveis cada vez mais elevados. Com respeito ao passado, a Ferroviária se reorganiza para ter sucesso no futuro.

 

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