O que está acontecendo com a nova gestão da Ferroviária?

Quando anunciei, em primeira mão,  aqui no blog e UOL, a compra da Ferroviária pelo grupo Bertolucci, no final de novembro passado, confesso que fiquei feliz.

Afinal, a lista de jogadores do empresário é forte: Piquerez (Palmeiras), Paulinho (Corinthians), Luan e Felipe Anderson (São Paulo), alguns jogadores do Flamengo, como Cebolinha, David Luiz e Matheuzinho e do Fluminense, como Gabriel Pirani e Lima. Nathan, do Atlético-MG também está na lista.

Dos que passaram pela Seleção Brasileira, além do zagueiro Marquinhos, o grupo agencia Bruno Guimarães, Ibañez, David Neres, Matheus Cunha, Andrey, Oscar, Willian…a lista não pára. São mais de 60 jogadores e diversas promessas.

Por essa força toda, imaginava que a Ferroviária chegaria longe no Paulista. Caiu, como última colocada. O argumento, à época, foi o de que a nova gestão estava chegando, processo de transição….vá lá. É justo. Mas ainda me pergunto se a montagem do time foi feita pelo grupo de Bertolucci ou pelo ex-diretor de Futebol, Rodrigo Possebon, demitido após a competição.

Vem a série D e o torcedor, já machucado pelo rebaixamento, imagina um time avassalador. Elano, que caiu com a equipe no Paulista com apenas 9 pontos, fica seis (6) jogos à frente do time sem conquistar uma vitória sequer – foram cinco empates e uma derrota. Porque a demora em trocar?

Agora chega a informação, comentada nas redes sociais da cidade, que um dos principais pilares do novo projeto – a construção de um Centro de Treinamento, está estacionado. Ficou clara, desde a chegada do novo investidor, que as categorias de base teriam um olhar especial, afinal, um empresário do tamanho de Bertolucci, com acesso fácil a grandes clubes do País e da Europa, precisa de bom jogador pra fazer dinheiro e bancar as despejas. É do jogo.

Mas também é do jogo se estruturar. Até quando a estrutura do Pinheirinho, um parque público, será utilizada? Porque não ter estrutura própria: alojamento, refeitório, academia, enfim, todo o necessário para garantir a preparação de alta performance dos atletas?

Se de um lado a Ferroviária tem dono e sua camisa – e sua história – é vitrine para as futuras revelações, por outro é hora de arrumar a casa com um CT próprio, salários em dia e um elenco vencedor. Ouvi de um torcedor, há pouco, que esta gestão é pior que a de Saul Klein. Um exagero, óbvio.

Quando o antigo investidor estava por aqui, escrevi uma manchete que foi mal-entendida por muita gente. Não vou repetir o momento vergonhoso que foi aquilo tudo para Ferroviária e para Araraquara. Muita gente cobra deste espaço, uma posição. Pois bem.

Quero lembrar, até porque critiquei muito, o antigo presidente, Carlos Salmazo. Entre erros e acertos, Salmazo deixou um legado de reconstrução e é importante isto ficar claro! Desde o retorno à elite do futebol paulista após 19 anos até o retorno à Série D do Brasileiro, depois de quase 24 anos fora.

Além disso, foi na gestão dele, com apoio do prefeito Edinho, que as Guerreiras Grenás ganharam tudo, ou quase tudo, que disputaram (falo isto porque o Futebol Feminino parece despertar pouca ou nenhuma atenção do novo investidor).

Se a Ferroviária tem algum tipo de presença midiática ou social, hoje, deve ao Feminino. E me parece justo citar o apoio do prefeito. Não foram poucas as vezes em que, aqui mesmo neste espaço, critiquei ou tive opiniões antagônicas às dele quando o assunto era Ferroviária.

Este é um espaço de opinião. Jornalística. Passa longe do peleguismo e partidarismo. Aqui se fala grená!

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